terça-feira, 29 de março de 2011

Morre Padre José Comblin



Morre Padre José Comblin
Domingo, 27 de março de 2011 - 19h53min

Faleceu hoje, domingo, 27 de março, Padre José Comblin. O CEBI expressa sua gratidão pela trajetória deste profeta, cuja vida foi dedicada à causa dos empobrecidos e da Igreja Popular.
Transcrevemos abaixo a notícia postada no site do IHU.
José Comblin morreu nesta madrugada, em Salvador, na Bahia, aos 88 anos.
Ele nasceu no dia 22 de março de 1923, na Bélgica. Desde 1958 trabalhava no Brasil, especialmente em Pernambuco, na Paraíba e na Bahia.
Padre Comblin estava em tratamento médico na capital baiana. Foi encontrado morto, sentado, em seu quarto, quando era esperado para a oração da manhã e não apareceu na capela. Ele tinha problemas cardíacos e usava marcapasso. Apesar da doença, parecia bem disposto e estava trabalhando.
Ele veio para o Brasil em 1958, atendendo a apelo do papa Pio XII, que no documento Fidei domum (O Dom da Fé) pedia missionários voluntários para regiões com falta de sacerdotes.
Depois de trabalhar em Campinas e, em seguida, passar uma temporada no Chile, foi para Pernambuco, em 1964, quando d. Helder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Perseguido pelo regime militar, foi detido e deportado, em 1972, ao desembarcar no aeroporto de volta de uma viagem à Europa.
José Comblin participou do primeiro grupo da Teologia da Libertação. Esteve na raiz das equipes de formação de seminaristas no campo em Pernambuco e na Paraíba (1969), do seminário rural de Talca, no Chile (1978) e, depois, na Paraíba, em Serra Redonda (1981). Estas iniciativas deram origem à chamada Teologia da enxada.
Além disso, esteve na origem da criação dos Missionários do Campo (1981), das Missionárias do Meio Popular (1986), dos Missionários formados em Juazeiro da Bahia (1989), na Paraíba (1994) e em Tocantins (1997).
É autor de inúmeros livros, dentre eles A ideologia da segurança nacional: o poder militar na América Latina (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978)

Notícia extraída no site do CEBI. cebi@cebi.org.br

domingo, 27 de março de 2011

Assembléia Diocesana


21ªASSEMBLÉIA DIOCESANA – Diocese de Ji-Paraná
Uma igreja discípula, profética e missionária, sinal do Cristo vivo e libertador”.

Aconteceu neste mês de março, nos dias 04, 05 e 06, no Centro Diocesano de Formação, a 21ª Assembléia Diocesana de Pastoral da Diocese de Ji-Paraná cujo objetivo era rever as Diretrizes Diocesanas fundamentadas na opção preferencial pelos pobres, através da promoção da dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando na construção de uma sociedade justa e solidária. Essa revisão foi feita a partir do estudo realizado nas Paróquias da diocese para traçar rumos atualizados de evangelização nos próximos anos.

Como marco referencial da assembléia tivemos uma análise eclesial conduzida pelo Pe. Renato levando-nos a uma percepção mais profunda das características da igreja que temos hoje e que tipo de agente eu sou nessa igreja. Foi possível vislumbrar nossos diferentes rostos, cada um com sua identidade, vindos de muitos lugares. Queremos confirmar nossa opção por uma igreja profética, libertadora e missionária, pois a missão é a alma da Igreja. Uma igreja que valoriza a pessoa, a comunidade e a sociedade, os três eixos que norteiam as DGAE - Diretrizes Gerais de Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, e foram esses mesmos elementos que a assembléia defendeu para as linhas de ação da Igreja de Ji-Paraná.

Convém também destacar que na assembléia foi acenado o aumento da população em todo perímetro da diocese, bem como no estado de Rondônia, o aumento da violência, dos acidentes de trânsitos, do desemprego, do desrespeito aos valores humanos, as novas configurações de famílias, e também os novos fluxos migratórios no Estado provocado pela construção das usinas de Santo Antonio, Jirau e das usinas da Cana e álcool existentes na região de Rolim de Moura, São Felipe e Santa Luzia.
Destacam-se também o crescente êxodo rural, principalmente da juventude em busca de melhores condições de vida, trabalho, estudos.

A história desta diocese se confunde com a própria história da cidade de Ji-Paraná marcada pela migração desde os nordestinos, expulsos pela seca, o grande fluxo migratório dos anos 1980/1990, o êxodo rural instalado nos últimos anos e a saída de nosso povo para outros países, sempre buscando sonhos, procurando “melhoria de vida”. Uns se vão, outros já retornam. Nesse vai e vem, defendemos sempre a vida, pois ela deve prevalecer sempre.

Pela equipe,
Ir. Carolina de França/ SPM Ji-paraná

quinta-feira, 10 de março de 2011

Acre “despeja” refugiados em RO

No último domingo, dia 06, o vilhenense Júlio Olivar, superintendente de Turismo de Rondônia, comandou uma operação humanitária que assistiu uma leva de haitianos que desembarcaram em Rondônia, vindos do Acre. 

Segundo relatos de pessoas que acompanharam a operação, o superintendente teria sido orientado a acompanhar a chegada dos estrangeiros, que estariam na portaria da usina hidrelétrica de Jirau, em construção na localidade de Jacy Paraná, a 90 quilômetros de Porto Velho. No local, Olivar e assessores que o acompanhavam teriam sido informados de que realmente, um grupo de 29 imigrantes teriam pernoitado por lá, mas no dia seguinte, já alimentados e tendo dormido em acomodações providenciadas pela empresa construtora da usina, foram mandados para a Capital. 

Ainda no canteiro de obras, Júlio recebeu a informação de que uma outra comitiva de haitianos estaria no distrito de Mutum Paraná e rumou para lá, encontrando o grupo na rodoviária da pequena localidade. Com a ajuda de intérpretes, o vilhenense providenciou junto à construtora Camargo Corrêa, refeições para a caravana.

As condições dos estrangeiros, segundo testemunhas, eram degradantes. Muitos estavam há dois dias sem comer e havia mulheres grávidas e crianças entre eles. Mas todos demonstraram gratidão pela acolhida e chegaram a lavar o local utilizado para o consumo das refeições. A polícia, que acompanhava a abordagem, não precisou usar a força, pois a atitude de colaboração dos haitianos facilitou a revista a que eles tiveram que ser submetidos. 

As autoridades rondonienses constataram que o grupo de refugiados, cujo país foi arrasado por um terremoto no ano passado, estavam em situação legal no país e não portavam armas ou drogas. A documentação permitindo a entrada deles no país foi emitida pelo Governo do Acre, que também os teria orientado sobre a facilidade de conseguir emprego nas usinas do rio Madeira. Alguns deles chegaram a revelar que as autoridades acreanas, que custearam o transporte até as obras das hidrelétricas, os teria deixado, em pleno domingo, no meio do nada, com mulheres e crianças pequenas. 

A situação do grupo agora terá que ser resolvida pelo Ministério das Relações Exteriores, que já foi comunicado sobre a situação. O senador Valdir Raupp (PMDB) também recebeu um relatório sobre o caso e prometeu cobrar do Itamaraty uma solução para o problema.
Fonte: Folha do Sul 
Autor: Dimas Ferreira