quinta-feira, 21 de abril de 2011

Migrantes haitianos no Amazonas

Uma reportagem de Gláuria Sobreira



MANAUS – Após presenciar a tragédia do terremoto, em Porto Príncipe, no dia 12 de janeiro do ano passado, milhares de haitianos resolveram tentar a sorte em outros países. Em Manaus , 470 deles recebem abrigo da Pastoral dos Migrantes da Igreja Católica. Os imigrantes, que não falam português, tentam se adaptar ao exílio forçado, já que não encontraram mais expectativas de vida no Haiti.

O país, considerado uma das nações mais pobres do mundo, ainda vive o flagelo do desemprego e da falta de perspectiva, não só pela destruição deixada pelo terremoto, como também pela instabilidade política dos últimos anos.

Veja a reportagem na íntegra aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Coletivo de Formação em Ji-Paraná

Neste domingo dia 10 de abril, aconteceu na Paróquia São Sebastião o Coletivo de formação da Pastoral dos Migrantes da diocese de Ji-paraná, cujo tema tratado foi, “Nós e o planeta...Uma história”, na ótica das migrações e meio ambiente, conforme nos propõe a campanha da fraternidade de 2011, Fraternidade e vida no planeta e cujo tema da semana do migrante de 2011 será, Migrações e mudanças climáticas, o que temos a ver com isso?
O coletivo de formação foi assessorado pela professora Lediane Fani Felzke do Instituto Federal de Rondônia, apontando-nos nesse estudo, as primeiras idéias de preservação e a relação do homem com o meio, até chegar aos povos tradicionais, pois homem e natureza não são coisas separadas, é parte da mesma essência.
Na década de 80 com a Comissão das Nações Unidas para o desenvolvimento e Meio Ambiente, através do tripé: social, econômico e ecológico surge o conceito de desenvolvimento sustentável enquanto capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.
Em Rondônia, vários elementos marcaram os focos migratórios: Os dois grandes ciclos da borracha no final do séc. XIX e início do séc. XX; a linha telegráfica Rondon; a estrada de ferro Madeira Mamoré; a construção da BR 364, acelerou a migração para a região Norte, comentou Ir. Carolina de França, coordenadora da Pastoral dos migrantes.
A história desta diocese se confunde com a própria história da cidade de Ji-Paraná marcada pela migração desde os nordestinos, expulsos pela seca, o grande fluxo migratório dos anos 1980/1990, o êxodo rural instalado nos últimos anos e a saída de nosso povo para outros países, sempre buscando sonhos, procurando “melhoria de vida”. Uns se vão, outros já retornam. Nesse vai e vem, defendemos sempre a vida, pois ela deve prevalecer sempre.
A coordenadora da Pastoral, Ir. Carolina de França destacou que no Coletivo de formação também foi constatado o aumento da população em todo perímetro da diocese e no estado de Rondônia, o crescimento da violência, dos acidentes de trânsitos, do desemprego, do desrespeito aos valores humanos, das novas configurações de famílias e do êxodo da juventude do campo para a cidade.
Atualmente vive-se uma nova fase migratória no Estado provocado pela construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, bem como das usinas da Cana e álcool existentes na região de Rolim de Moura, São Felipe e Santa Luzia.
Processo esse das hidrelétricas, danosas para comunidades sem território reconhecido e regularizado, como é o caso dos ribeirinhos do rio Madeira, os indígenas, quilombolas, reservas extrativistas e áreas de conservação ambiental, todos estão sendo afetadas pela consolidação de um modelo econômico voltado para exportação e agronegócio. Diante desse quadro o deslocamento compulsório dessas populações é inevitável, provocando ruptura dos laços sociais, culturais e religiosos que vinculam essas comunidades aos seus territórios, em vista de uma modernização que não respeita a vida e degrada o meio ambiente.
Pela equipe,
Ir. Carolina de França/ SPM Ji-paraná