sábado, 30 de outubro de 2010

Parabéns ao SPM


Neste dia 31 de Outubro de 2010, o Serviço Pastoral aos Migrantes (SPM) comemora seus 25 anos de fundação, rompendo fronteiras e muros com os migrantes e imigrantes.
Este longo caminhar histórico foi marcado pela perseverante, apaixonada e compassiva identidade vocacional de seus agentes com a mística e as práticas libertadoras de Jesus Cristo. Isto se fez através de encontros que contribuíram para o rompimento gradual de preconceitos e xenofobia, promoveram acolhida fraterna e interação das diversas categorias de migrantes e imigrantes com a Igreja e a sociedade aonde quer que eles se encontrassem.
Foram 25 anos de missão, caminhando solidariamente com os migrantes em seus sofrimentos, alegrias e esperanças, à luz das Bem-aventuranças, objetivando transformar a situação de desumanização a que muitas vezes são submetidos, tanto os internos como os imigrantes.
Durante estes anos, coube à Pastoral exercer um papel preponderante como integrante do Setor das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mediante atividades orgânicas, em rede com diversas pastorais e organizações parceiras do Brasil. Denunciou as causas e as conseqüências dos males sociais que levam milhões de migrante e imigrantes a viverem forçosamente em quase permanente estado de mobilidade e de fragilidade, a sós ou em companhia de suas famílias, numa incansável busca de salvaguardar apenas sua sobrevivência. Denunciou também que o Brasil ainda não está livre da chaga escravagista, comumente ocultada pela ‘lei’ da impunidade, que continua a arrastar milhares de pessoas inocentes ao sofrimento cruel e abominável da escravidão e/ou trabalho degradante.
Como atores proféticos neste cenário de tanto sofrimento humano, os agentes pastorais dos três Setores que compõem atualmente o SPM - Migrantes Temporários, Migrantes Urbanos e Imigrantes - abraçaram o ideário programático deste serviço social da Igreja, propondo à sociedade que é possível construir, também a partir da ótica da mobilidade humana, um mundo saudável,porque ecologicamente sustentável, justo e solidário, visibilizando, já aqui e agora, os sinais do Reino de Deus.
Por tudo o que representa hoje o SPM, nós, essepemistas, estamos de parabéns neste dia. A partir desta data histórica, esperamos reunir mais forças para que bispos, leigos e leigas, padres e irmãs de todos os quadrantes da Igreja do Brasil, continuemos com o firme propósito de levar aos migrantes um serviço pastoral cada vez mais aprimorado, à luz dos exemplos do mestre Jesus Cristo. Que possamos continuar sendo merecedores de todas as bênçãos de Deus pelo trabalho que desenvolvemos em favor dos migrantes. Parabéns, SPM!


Dom Luiz Demétrio Valentini,                                               Pe. Antonio Garcia Peres, cs
         Presidente                                                                   Secretário Executivo

São Paulo, 29 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Papa fala aos migrantes

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado


Queridos Irmãos e Irmãs!
O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado oferece a oportunidade, a toda a Igreja, para reflectir sobre o tema relacionado com o crescente fenómeno da migração, para rezar a fim de que os corações se abram ao acolhimento cristão e trabalhem para que cresçam no mundo a justiça e a caridade, colunas para a construção de uma paz autêntica e duradoura. «Que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei» (Jo 13, 34) é o convite que o Senhor nos dirige com vigor e nos renova constantemente: se o Pai nos chama para sermos filhos amados no seu Filho predilecto, chama-nos também para nos reconhecermos a todos como irmãos em Cristo.
Deste vínculo profundo entre todos os seres humanos surge o tema que escolhi este ano para a nossa reflexão: «Uma só família humana», uma só família de irmãos e irmãs em sociedades que se tornam cada vez mais multi-étnicas e intra-culturais, onde também as pessoas de várias religiões são estimuladas ao diálogo, para que se possa encontrar uma serena e frutuosa convivência no respeito das legítimas diferenças. O Concílio Vaticano II afirma que « os homens constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro género humano (cf. Act 17, 26); têm, além disso, o mesmo fim último, Deus, cuja providência, testemunho de bondade e desígnios de salvação se estendem a todos» (Decl. Nostra aetate,1). Assim, nós «não vivemos uns ao lado dos outros por acaso; estamos percorrendo todos um mesmo caminho como homens e por isso como irmãos e irmãs» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2008, 6).
O caminho é o mesmo, o da vida, mas as situações por que passamos neste percurso são diversas: muitos devem enfrentar a difícil experiência da migração, nas suas diversas expressões: internas ou internacionais, permanentes ou periódicas, económicas ou políticas, voluntárias ou forçadas. Em vários casos a partida do próprio país é estimulada por diversas formas de perseguição, de modo que a fuga se torna necessária. Depois, o próprio fenómeno da globalização característico da nossa época, não é só um processo socioeconómico, mas comporta também «uma humanidade que se torna mais interrelacionada», superando confins geográficos e culturais. A este propósito, a Igreja não cessa de recordar que o sentido profundo deste processo sazonal e o seu critério ético fundamental são dados precisamente pela unidade da família humana e pelo seu desenvolvimento no bem (cf. Bento XVI, Enc. Caritas in veritate, 42). Portanto, todos pertencem a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha.
« Numa sociedade em vias de globalização, o bem comum e o empenho em seu favor não podem deixar de assumir as dimensões da família humana inteira, ou seja, da comunidade dos povos e das nações, para dar forma de unidade e paz à cidade do homem e torná-la em certa medida antecipação que prefigura a cidade de Deus sem barreiras.» (Bento XVI, Enc. Caritas in veritate,7). É esta a perspectiva com a qual olhar também para a realidade das migrações. De facto, como já fazia notar o Servo de Deus Paulo VI, «a falta de fraternidade entre os homens e entre os povos» é causa profunda de subdesenvolvimento (Enc. Populorum progressio, 66) e - podemos acrescentar - incide em grande medida sobre o fenómeno migratório. A fraternidade humana é a experiência, por vezes surpreendente, de uma relação que irmana, de uma ligação profunda com o próximo, diferente de mim, baseado no simples facto de sermos homens. Assumida e vivida responsavelmente ela alimenta uma vida de comunhão e de partilha com todos, sobretudo com os migrantes; apoia a doação de si aos demais, ao seu bem, ao bem de todos, na comunidade política local, nacional e mundial.
O Venerável João Paulo II, por ocasião deste mesmo Dia celebrado em 2001, ressaltou que «(o bem comum universal) abrange toda a família dos povos, acima de todo o egoísmo nacionalista. É neste contexto que se considera o direito de emigrar. A Igreja reconhece-o a cada homem no duplo aspecto da possibilidade de sair do próprio País e a possibilidade de entrar num outro à procura de melhores condições de vida. » (Mensagem para o Dia Mundial das Migrações 2001,3; cf. João XXIII, Enc. Mater et Magistra,30: Paulo VI, Octogesima Adveniens,17). Ao mesmo tempo, os Estados têm o direito de regular os fluxos migratórios e de defender as próprias fronteiras, garantindo sempre o respeito devido à dignidade de cada pessoa humana. Além disso, os imigrantes têm o dever de se integrarem no país que os recebe, respeitando as suas leis e a identidade nacional. «Procurar-se-á então conjugar o acolhimento devido a todo o ser humano, sobretudo no caso de pobres, com a avaliação das condições indispensáveis para uma vida decorosa e pacífica tanto dos habitantes originários como dos adventícios» ( João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2001, 13).
Neste contexto, a presença da Igreja, como povo de Deus a caminho na história no meio de todos os outros povos, é fonte de confiança e esperança. De facto, a Igreja é «em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (Conc. Ec. Vat. II, Const. Dog. Lumen gentium,1); e, graças à acção do Espírito Santo nela, «o esforço por estabelecer a universal fraternidade não é vão» (Ibid, Const. Past. Gaudium et spes, 38). De modo particular é a Sagrada Eucaristia que constitui, no coração da Igreja, uma fonte inexaurível de comunhão para toda a humanidade. Graças a ela, o Povo de Deus abraça «todas as nações, tribos, povos e línguas» (Ap 7, 9) não com uma espécie de poder sagrado, mas com o serviço superior da caridade. Com efeito, a prática da caridade, sobretudo em relação aos mais pobres e débeis, é critério que prova a autenticidade das celebrações eucarísticas (cf. João Paulo II, Carta apost. Mane nobiscum Domine, 28).
À luz do tema «Uma só família humana», deve ser considerada especificamente a situação dos refugiados e dos outros migrantes forçados, que são uma parte relevante do fenómeno migratório. Em relação a estas pessoas, que fogem de violências e de perseguições, a Comunidade internacional assumiu compromissos bem determinados. O respeito dos seus direitos, assim como das justas preocupações pela segurança e pela unidade social, favorecem uma convivência estável e harmoniosa.
Também no caso dos migrantes forçados a solidariedade alimenta-se na «reserva» de amor que nasce do considerar-se uma só família humana e, para os fiéis católicos, membros do Corpo Místico de Cristo: somos de facto dependentes uns dos outros, todos responsáveis dos irmãos e das irmãs em humanidade e, para quem crê, na fé. Como já tive a ocasião de dizer, «Acolher os refugiados e dar-lhes hospitalidade é para todos um gesto obrigatório de solidariedade humana, para que eles não se sintam isolados por causa da intolerância e do desinteresse» (Audiência geral de 20 de Junho de 2007: Insegnamenti II, 1 [2007], 1158). Isto significa que todos os que são forçados a deixar as suas casas ou a sua terra serão ajudados a encontrar um lugar no qual viver em paz e em segurança, onde trabalhar e assumir os direitos e deveres existentes no país que os acolhe, contribuindo para o bem comum, sem esquecer a dimensão religiosa da vida.
Por fim, gostaria de dirigir um pensamento particular, sempre acompanhado da oração, aos estudantes estrangeiros e internacionais, que também são uma realidade em crescimento no âmbito do grande fenómeno migratório. Trata-se de uma categoria também socialmente relevante na perspectiva do seu regresso, como futuros dirigentes, aos países de origem. Eles constituem «pontes» culturais e económicas entre estes países e os que os recebem, e tudo isto se orienta para formar «uma só família humana». É esta convicção que deve apoiar o compromisso a favor dos estudantes estrangeiros e acompanhar a atenção pelos seus problemas concretos, como as dificuldades económicas ou o mal-estar de se sentirem sozinhos ao enfrentar um ambiente social e universitário muito diferente, assim como as dificuldades de inserção. A este propósito, apraz-me recordar que « pertencer a uma comunidade universitária significa estar na encruzilhada das culturas que formaram o mundo moderno» (cf. João Paulo II, Aos Bispos dos Estados Unidos das Províncias eclesiásticas de Chicago, Indianapolis e Milwaukee em visita «ad limina», 30 de Maio de 1998, 6: Insegnamenti XXI, 1 [1998], 1116). A cultura das novas gerações forma-se na escola e na universidade: depende em grande medida destas instituições a sua capacidade de olhar para a humanidade como para uma família chamada a estar unida na diversidade.
Queridos irmãos e irmãs, o mundo dos migrantes é vasto e diversificado. Conhece experiências maravilhosas e prometedoras, assim como, infelizmente, muitas outras dramáticas e indignas do homem e de sociedades que se consideram civis. Para a Igreja, esta realidade constitui um sinal eloquente do nosso tempo, que dá mais realce à vocação da humanidade de formar uma só família e, ao mesmo tempo, as dificuldades que, em vez de a unir, a dividem e dilaceram. Não percamos a esperança, e rezemos juntos a Deus, Pai de todos, para que nos ajude a ser, cada um em primeira pessoa, homens e mulheres capazes de estabelecer relações fraternas; e, a nível social, político e institucional, incrementem-se a compreensão e a estima recíproca entre os povos e as culturas. Com estes votos, invocando a intercessão de Maria Santíssima Stella maris, envio de coração a todos a Bênção Apostólica, de modo especial aos migrantes e aos refugiados e a quantos trabalham neste importante âmbito.
Castel Gandolfo, 27 de Setembro de 2010.
 BENEDICTUS PP. XVI

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Por el derecho a la movilidad humana

Veja na integra notícia do fórum social pelas migrações que está acontecendo em Quito - Equador. Acesse o documento:

Mandadto de las organizaciones infanto juveniles por el derecho a la movilidad humana

Festival só curta 2010

“FRONTEIRA DAS ALMAS” ABRE O FESTIVAL SÓ CURTA 2010


            O longa-metragem “Fronteira das Almas”, de Hermano Penna, filmado no município de Ji-Paraná, na década de 80, será o filme de abertura do Festival Só Curta – Estadual de Curta-Metragem 2010, realizado pela Fundação Cultural de Ji-Paraná, sob a coordenação do professor Carlos Reis. O filme, que conta com atores regionais no elenco, retrata a história de brasileiros que, desde a década de 70, vêm ocupando e transformando a região amazônica, trazendo à reflexão os imensos contrastes e contradições que fizeram – e fazem, o Brasil de hoje.
            Hermano Penna estreou seu primeiro longa-metragem, “Sargento Getúlio”, em 1983, recebendo o prêmio de melhor direção no Festival de Locarno, Suíça, e de melhor filme no Festival de Gramado. Seu segundo longa, “Fronteira das Almas”, de 1987, foi premiado como melhor filme e melhor direção pelo júri oficial do III Rio Cine Festival. Seguiu-se “Mário”, 2000, e “Olho da Boi”,  2007, exibido na Mostra Latino do Festival de Palm Springs, nos Estados Unidos. Neste mês de outubro, Hermano Penna iniciou as filmagens de seu quinto longa-metragem, “Aos Ventos que Virão”, no sertão do Estado de Sergipe.
            Para Carlos Reis, idealizador do Festival Só Curta, “é uma honra para o município ter Fronteira das Almas como filme de abertura do evento, por tudo que ele nos representa. Tanto que o filme, a pedido de seu próprio diretor, passará a fazer parte do patrimônio histórico-cultural de Ji-Paraná”. O festival acontece de 25 a 30 de outubro, com exibições no Cine Colúmbia, Teatro Dominguinhos, Unijipa e no Campus da Unir.




Maiores Informações:
CARLOS REIS – (69) 9962.0870 – 3422.8848