terça-feira, 30 de março de 2010

Pobres não são estúpidos ao migrarem para as cidades

Governos devem preparar centros urbanos para receber as novas populações, diz sul-africano especialista em favelas que participou do 5º Fórum Urbano Mundial, no Rio

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Os pobres não são estúpidos. Ao migrarem do campo para as cidades, tendência mundial que muitos analistas veem como irreversível, fazem isso após avaliarem suas condições de vida em áreas rurais e compararem com o que encontrarão nas cidades.
As estatísticas dão razão a eles. Por isso, a tentativa de interromper o fluxo migratório tende a ser inútil, e o melhor a fazer é preparar as cidades para receberem essa população.
O alerta é de um dos maiores especialistas mundiais em favelas, o sul-africano William Cobbett, que foi um dos principais palestrantes do 5º Fórum Urbano Mundial, realizado na semana passada, no Rio.
Cobbett já visitou favelas em todo o mundo e conhece bem a realidade brasileira. Atualmente, é diretor-geral da organização Aliança de Cidades, financiada pelo Banco Mundial e que apoia projetos de melhoria das condições de vida em assentamentos precários no mundo.
Para ele, a América Latina deve ser tomada como exemplo das consequências de uma urbanização mal planejada.
Ao tentarem negar o direito dessas populações de terem terra e serviços nas cidades, os governos locais deram margem para o crescimento de poderes paralelos, que hoje são ameaça à segurança.
Não deve ser por isso, no entanto, que se deve agir para melhorar as condições de vida nesses locais. O mais importante é reconhecer o direito dessas populações à terra e aos serviços básicos de uma cidade.
Leia a seguir a entrevista que Cobbett concedeu à Folha durante o 5º Fórum Urbano Mundial.


FOLHA - A ONU acabou de realizar um fórum mundial sobre urbanismo no Rio. Encontros como esse não tendem a ficar apenas no discurso e a resultar em pouca ou nenhuma ação?
WILLIAM COBBETT - Temos que ser realistas quanto ao objetivo desses fóruns. Antes de partir para a ação, é importante formar consensos, nacionais e internacionais, sobre assuntos que precisam ser enfrentados e suas soluções possíveis.
É preciso criar um diálogo global sobre a importância das cidades, identificando seus problemas sociais, econômicos e políticos, mas buscando também saídas para elas.
Além disso, há um aspecto importante, que é a troca de experiência entre cidades.
Nada do que acontece ou aconteceu na América Latina será completamente diferente do que está se passando agora em alguns países da Ásia ou da África subsaariana.
É importante ter o que chamamos de aprendizado horizontal, ou seja, cidades aprendendo a partir da experiência de outras cidades, países aprendendo com outros países, em vez de contar apenas com o antigo modelo de assistência técnica, do hemisfério norte para o sul.

FOLHA - Em 2007, pela primeira vez na história mundial, a população urbana superou a rural em todo o planeta. Trata-se de um fenômeno irreversível, ou ainda é possível pensar em estratégias para manter as populações no campo, para que elas não sobrecarreguem as cidades?
COBBETT - Cada país tem uma realidade distinta, mas a tendência global de urbanização é muito forte. Ela começou historicamente na Europa, nos Estados Unidos e em países da Ásia oriental. Depois se espalhou para a América Latina e agora acontece na África e no restante da Ásia. Pode-se discutir se ela é natural ou evitável, mas é fato que é uma transição demográfica em curso.
Acho que a resposta mais inteligente dos governos de países onde esse processo ainda está em curso é planejar com antecedência. É preciso ter consciência dos números e tendências, e é por isso que fóruns como esse são tão importantes. Em nenhum lugar do mundo houve sucesso em políticas de governos que tentaram manter pessoas em áreas rurais.
Se as pessoas querem migrar para as cidades, elas certamente o farão. Além disso, é preciso reconhecer que as pessoas pobres não são estúpidas. Elas olham para as condições que têm no momento e comparam com as cidades.
Se decidem migrar, fazem isso a partir de julgamentos. Elas pensam que, se mudarem para uma cidade, terão melhor acesso para elas e seus filhos a escolas, hospitais e serviços públicos em geral. E, estatisticamente, elas estão certas. É por isso que migram.

FOLHA - A transição do rural para o urbano então é positiva?
COBBETT - Não podemos fingir que a urbanização é uma resposta a todos os problemas. Definitivamente, não é. Se mal gerenciada, como aconteceu na América Latina, governos terão que passar 10, 20, 40 anos resolvendo problemas de falta de planejamento.
É por isso que os países da África subsaariana ou a Índia, entre outros, têm muito a aprender com a experiência dos latino-americanos.
É importante se conscientizarem dos problemas que podem vir antes que eles se tornem inevitáveis e consumam décadas para serem resolvidos.
Eles precisam perceber que há um processo em curso e tentar o mais rápido possível se preparar para poder aproveitar os efeitos positivos que a migração do campo para as cidades traz para a economia.
É bom lembrar que todas as economias bem-sucedidas do mundo, sem exceção, passaram por um processo de urbanização e industrialização. Nenhum país atingiu níveis satisfatórios de renda sem passar por essa fase.

FOLHA - Mas, ao menos na América Latina, a urbanização veio acompanhada do crescimento da violência. Na África e na Ásia, países pobres que passam por essa transição não correm sério risco de verem crescer em favelas grupos criminosos ou terroristas à margem do Estado?
COBBETT - Sem dúvida, e devemos nos preocupar seriamente com isso. Mas não deve ser por isso que devemos agir para impedir que a população viva em condições precárias.
É dever dos governos planejar o futuro de seus países. O que vimos em muitas cidades foi um fracasso das autoridades em prover terras e serviços básicos para os mais pobres, reconhecendo sua cidadania. Se eu vou para a cidade e o governo não me dá terra, água ou energia, eu vou conseguir isso informal ou ilegalmente.
O fracasso de governos locais e nacionais em reconhecer esses direitos é o que cria espaço para sistemas de poder alternativos à margem do Estado.
Só que, em muitas cidades, em vez de serem reconhecidos como cidadãos ao chegarem, a mensagem que os pobres recebem é oposta: vocês não são bem-vindos, não te daremos terra nem serviços e não reconhecemos seu direito de estar aqui. Os governos que negaram isso acabaram fracassando e agora se sentem ameaçados pela imagem da insegurança.
Mas, repito, não deve ser esse medo que nos leve a agir.

FOLHA - Mesmo melhorando as condições de vida em algumas favelas, as pessoas continuam carregando um estigma negativo por viverem ali?
COBBETT - De fato, somente investir em favelas não resolverá o problema. É preciso mudar a forma como as pessoas de classe média e com propriedades veem a população que vive nessas áreas. Será que reconhecem que são cidadãos? Percebem que é preciso fazer investimentos não para que essas populações saiam dali, mas para que as favelas sejam incluídas e façam parte da cidade legal?
É a atitude discriminatória das elites que, em muitos casos, mantém os moradores de favelas nessa situação. A favela em si não é um problema, mas um sintoma da forma diferenciada com que as pessoas são tratadas nas cidades.
Além disso, em muitas cidades, a população em favelas ou assentamentos precários é a maioria da população. Então, não devemos encarar como um problema de favelas, mas como um problema das cidades.

FOLHA - O sr. vem com bastante frequência ao Brasil. Notou desta vez alguma diferença em relação às condições de vida nas favelas?
COBBETT - Acho que há uma mensagem positiva a ser dada ao resto do mundo em relação ao Brasil. A Constituição de 1988 e o Estatuto das Cidades, de 2001, são importantes marcos de melhoria do gerenciamento do acesso às terras. Mas vocês têm uma história de 500 anos que não se muda em dez. É um processo longo que requer uma política estável e investimentos constantes. Acho que é isso que o governo vem fazendo nos últimos oito anos, mas ainda há muito a fazer.
Eu visitei nesta semana, por exemplo, a Rocinha, e vi os investimentos que o PAC está propiciando no local.
Mas o lixo nas ruas ainda é visível. Todo mundo joga tudo em qualquer lugar.
Os investimentos são importantes para as comunidades perceberem que os governos reconhecem o direito de as pessoas estarem ali e tratá-las como cidadãos, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

FOLHA - O sr. conhece muitas favelas no mundo. Dá para identificar alguma peculiaridade das que já viu no Brasil?
COBBETT - Em primeiro lugar, uma favela em Salvador é diferente de outra no Rio, que é diferente de uma em São Paulo. Mas uma característica do Brasil é que, aqui, vocês têm cidades fortes, e o prefeito tem autoridade para tomar muitas decisões importantes.
Em muitos países, o poder local não é tão forte.
Também chama a atenção na comparação das favelas brasileiras com as da Índia ou de países africanos que, aqui, o nível de miséria é muito menor.
Obviamente, não se trata de uma competição, mas quando se visita uma favela nesses países percebe-se que, apesar dos problemas, as condições de vida aqui são melhores.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 25 de março de 2010

Audiência com Ministro sobre Lei de imigração

ABA (associaçao brasileira de antropologia) terá audiência com Ministro da Justiça para pedir esclarecimentos sobre o Artigo 69 da nova Lei de Imigração.
O Presidente da ABA, juntamente com Roque de Barros Laraia, Márcia Anita Sprandel e Bela Feldman-Bianco, membros da coordenação do GT Migrações Internacionais, terão audiência com o Ministro da Justiça, Luis Paulo Barreto, no próximo dia 30 de março, para pedir esclarecimentos sobre o artigo 69 da nova lei de imigração que está em tramitação no Congresso Nacional, especialmente no que concerne ao seu parágrafo 1, que faz menção à necessidade de autorizações especiais para a estadia de estrangeiros na Amazônia Legal, inclusive em terras indígenas, quilombolas, e comunidades tradicionais. Espera-se, com essa audiência, esclarecer se essa lei afetará os pesquisadores estrangeiros, sejam eles vinculados ou não às universidades publicas brasileiras, levando em consideração fatores como: 1) autonomia da pesquisa acadêmica e julgamento do seu mérito por critérios acadêmicos; e 2) as atuais políticas científicas de internacionalização da pesquisa acadêmica, que pressupõem o estreitamento do intercâmbio de pesquisadores ou da realização de pesquisas conjuntas com a participação de pesquisadores e/ou instituições estrangeiras.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Milhares fazem protesto por reforma migratória nos EUA


Enquanto o Congresso americano debatia a reforma do sistema de saúde, milhares de manifestantes se reuniam em Washington para cobrar a realização de uma outra reforma, a das leis sobre imigração.

Estimativas indicam que existam atualmente nos EUA cerca de 10,8 milhões de imigrantes ilegais. A reforma teria como principal meta legalizar essa expressiva parcela da população, composta em sua maioria de cidadãos originários de países latino-americanos.

Na semana passada, o presidente Barack Obama manifestou seu apoio a um projeto de lei para o tema, apresentado pelos senadores Lindsey Graham (republicano) e Charles Schumer (democrata). A reforma migratória é uma promessa de campanha que Obama garantiu caso obtivesse a maioria dos votos latinos.

Ontem, telões instalados no National Mall, palco da manifestação, exibiram mensagem de Obama reiterando seu compromisso com o tema. "Sempre prometi ser aliado de vocês nos esforços para consertar nosso sistema falho de imigração, e esse é um compromisso que reitero hoje. Ninguém conhece o preço da inação melhor do que vocês", afirmou ele.

Na mensagem, o presidente afirmou que a migração ilegal divide famílias, faz empregadores driblarem o sistema e obriga policiais a lutar para manter as comunidades seguras.

Os organizadores da marcha calcularam em até 175 mil o número de presentes.
 
Fonte: Uol.

sábado, 20 de março de 2010

Nota de Repúdio


À Prefeitura Municipal de Ji-Paraná:

Nós, entidades abaixo referidas, viemos por meio desta manifestar nosso repúdio à atitude da Prefeitura Municipal de Ji-Paraná em relação à Conferência Municipal das Cidades de nosso município. Em reunião no dia 2 de março, a Comissão Recursal de Validação/Metodologia e Sistematização, decidiu por invalidar a suposta conferência realizada pela Prefeitura, alegando o desrespeito à garantia de participação popular da sociedade ji-paranaense em todas as etapas da Conferência.

Graças à atitude irresponsável da Prefeitura, Ji-Paraná, a segunda cidade mais populosa de Rondônia, ficará sem representação na Conferência Estadual das Cidades, que acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de abril, em Ouro Preto d”Oeste, e na IV Conferência Nacional das Cidades, prevista para os dias 24 a 28 de maio, em Brasília. Importante fórum para debater as problemáticas das cidades brasileiras e propor políticas públicas adequadas às realidades municipais, neste ano de 2010, a Conferência Nacional tem por lema “CIDADE PARA TODOS E TODAS COM GESTÃO DEMOCRÁTICA, PARTICIPATIVA E CONTROLE SOCIAL”

De acordo com o Ministro das Cidades, Sr. Marcio Fortes de Almeida, o processo desencadeado em 2003, desde a I Conferência Nacional das Cidades, é uma “a oportunidade de levar à administração pública a tradução da vontade popular de discutir as cidades. Estamos diante do desafio de garantir a continuidade e o aprimoramento do processo de participação e, mais ainda, a efetiva contribuição da sociedade na formulação das políticas públicas.” Contribuição da sociedade, participação, vontade popular... Mais que palavras, instrumentos de cidadania ignorados pelo poder municipal.

A Prefeitura agiu como se Ji-Paraná, que concentra cerca de 80% de sua população na área urbana, estivesse livre dos problemas advindos deste intenso e rápido processo de urbanização ou que soubesse, sozinha, diagnosticá-los e encontrar a solução para eles. Pobreza, violência, educação, saúde, habitação, moradia, saneamento básico, tratamento de esgoto, coleta de lixo, transporte público, iluminação pública, lazer, acessibilidade, regularização fundiária, graves problemas ambientais, ruas esburacadas... O ato da Prefeitura colabora para a perpetuação dos problemas urbanos e torna cada vez mais distante a concretização plena do Direito à Cidade.

Uma vez que fomos prejudicados pela Prefeitura, exigimos que a mesma repare este dano e providencie um outro espaço – já que não é mais possível participar das conferências estadual e nacional –, para o debate público dos desafios de nossa cidade, com ampla participação das organizações da sociedade civil, a fim de possibilitar a articulação de um Fórum da Cidade ou algo do tipo em nosso município.

Ji-Paraná, 19 de março de 2010.


Assinam:

Comissão Pastoral da Terra
Serviço Pastoral dos Migrantes – Ji-Paraná
Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia

sexta-feira, 19 de março de 2010

'Povos em movimento pela cidadania universal’ será lema do IV FSMM

Movimentos e organizações sociais de várias partes do mundo estão empenhados na construção do IV Fórum Social Mundial das Migrações. O evento, que acontecerá de 9 a 12 de outubro, na cidade de Quito, capital do Equador, terá como lema "Povos em movimento pela cidadania universal". As discussões enfocarão temas como crise do capitalismo; direitos humanos, trabalhistas e políticos dos migrantes.

Após detectar diversos desafios relacionados ao tema migração em âmbito mundial, os Comitês, que fazem a organização do evento, chegaram a quatro eixos temáticos: Crises globais e fluxos migratórios; Direitos humanos e Migração; Diversidades, convivência e transformações sócio-culturais; Novas formas de escravidão, servidão e exploração humana. "Gênero, Etnicidade, Religiosidade, Interculturalidade, Geracional" são os eixos transversais.

Os quatro eixos deverão dar suporte e ser o pontapé inicial para debates sobre a crise do paradigma capitalista; processos de integração dos povos; marcos normativos nacionais e internacionais; acesso aos direitos; retorno dos imigrantes, transnacionalidade; informação e comunicação; migração e grupos étnicos; tráfico e aliciamento de seres humanos; exploração das capacidades profissionais das sociedades de origem da migração, trabalho escravo, entre outros.

A questão de gênero e migração também terá espaço nos debates do Fórum, pois as mulheres representam hoje grande parte da massa que migra em busca de melhores condições de vida e trabalho. Segundo informações da Secretaria do Grito Continental e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial das Migrações, a América Latina abriga cerca de 30 milhões de migrantes. Em alguns países, a população é constituída por 20% de migrantes, das quais 50% são mulheres.

Outro fenômeno que é recorrente, sobretudo no Brasil, e será abordado durante o Fórum é a questão das migrações temporárias. Por falta de oportunidades no país de origem, milhares de trabalhadores abandonam suas casas durante meses para atuar no corte da cana-de-açúcar, do eucalipto ou do algodão. Nos dias de hoje, o fenômeno figura de nova maneira e os trabalhadores já passam a sair de seu país para realizar serviços temporários.

O primeiro FSMM aconteceu em Porto Alegre, Brasil (2005). Na ocasião, o evento tratou das causas da migração e da ordem mundial que suscita desordem. O segundo (2006), teve espaço em Rivas, Madrid, e abordou como principais temas a cidadania universal e os direitos humanos. Em 2008, o Fórum tornou a acontecer em Rivas e abordou o endurecimento das políticas migratórios em todo o mundo.

Neste ano, as discussões sobre os deslocamentos dos povos, a crise mundial e a crise do capitalismo que gera transtornos sociais, financeiros, culturais, políticos e ambientais pretende contribuir com o Equador no que diz respeito à concretização dos avanços constitucionais e legislativos na questão da migração.

Mais informações sobre FSMM em http://www.fsmm2010.ec/

sexta-feira, 5 de março de 2010

Piauienses são enganados com "falso emprego" em Rondônia

Grupo ficou sem comer ou ter onde dormir em Porto Velho/RO. Justiça condenou empresa a indenização.
Um grupo de 44 piauienses ficou sem comer ou ter onde dormir em Porto Velho/RO no final da última semana. Eles chegaram no dia 25 a capital de Rondônia com a promessa de emprego, mas souberam apenas lá de que não seriam mais necessários. Após venderem pertences e até fazerem empréstimos para viajar em busca de uma nova vida, todos tiveram de dormir na rodoviária da cidade, sem ter o que comer. A Justiça concedeu indenização a todos eles.


Fotos: SITCCERO


Um funcionário da empresa Consarg teria prometido os postos de trabalho aos piauienses na usina Jirau. Vindos de Luzilândia, norte do Estado, eles tiveram de ficar um dia na rodoviária. A presença de um grupo tão grande chamou a atenção da sociedade, e dois procuradores acompanharam o caso. A ajuda surgiu já na sexta-feira.


O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil no Estado de Rondônia - SITCCERO -, conseguiu comida e alojamento para os piauienses. Na última segunda-feira (1º), os trabalhadores conseguiram na Justiça uma idenização de R$ 1.500, além da passagem de volta. A decisão foi do Ministério Público do Trabalho e vale para 41 dos trabalhadores. Três conseguiram recursos e já retornaram para o Estado.


Segundo Anderson Machado, administrador do Sindicato, ficou combinado que os trabalhadores vão receber a passagem e a idenização às 10h (11h em Teresina) de quinta-feira. A viagem de volta fica a critério de cada um dos trabalhadores.

Sonho acabado
A ida foi cheia de esperanças, mas faltam até os R$ 430 para a passagem de volta para o Piauí, e o fim do pesadelo que dura uma semana. Cinco empresas até surgiram para dar emprego. Treze trabalhadores aceitaram inicialmente, mas hoje só seis querem ficar. "Estamos deixando eles bem a vontade para tomar essa decisão. A vida deles está em jogo", disse ao Cidadeverde.com Clébio Lobato, assessor executivo do sindicato, explicando que o mercado está em plena expansão na região.


"Eles vão querer maltratar a gente depois que procuramos o Ministério Público", disse Francisco das Chagas Teixeira em entrevista ao jornal Diário da Amazônia. Ele deixou esposa e sete filhos no Piauí por conta da promessa de emprego.