quarta-feira, 16 de junho de 2010

SEMANA DO MIGRANTE 2010


“Por uma economia a serviço da vida!”.

Em tempo de copa, o mundo está com os olhos fixos na África, enquanto, 200 milhões de Migrantes aproximadamente circulam no mundo.
No Brasil, esta semana se celebra a Semana do Migrante, organizada pelo SPM- Serviço Pastoral dos Migrantes, com o tema: Por uma economia a Serviço da vida. A opção é clara: que a economia seja a serviço da vida. E não a vida a serviço da economia.
No dia 13 deu-se início a Semana do migrante, como também o ano Jubilar. Este ano o SPM comemora 25 anos de atuação em três diferentes setores: temporários, urbanos e imigrantes. Relembrar esta história e passado, de um lado, é levar esta entidade a posicionar-se na perspectiva de continuar repensando o presente e o futuro dos migrantes internos que hoje seguem convivendo com a pobreza, violência, desemprego, preconceitos e abandonados pelo poder público; de outro dado, solidarizando-se com os imigrantes que sofrem devido a existência de muros e leis que impõem todo tipo de restrição ao seu direito de transitar pelo mundo em busca de um lugar onde são tratados dignamente.
Em 2009, 43,3 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocarem, afirma o relatório “ Tendências Globais”.As ações do Serviço Pastoral dos Migrantes em sintonia com a Igreja Católica é lutar contra toda e qualquer forma de migração forçada que as novas tendências da globalização impõe ao homem e a mulher migrante.Lembrando sempre que o migrante é um Sujeito pleno de direito e não uma mercadoria a ser manipulada como compreende o mercado capitalista.
Em Rondônia, já temos relatos de trabalhadores nordestinos trazidos para o corte-de-cana e tratados como escravos. Mais gritante ainda é o caso das hidrelétricas do Madeira, em que além dos prejuízos ambientais, há expropriação dos territórios dos povos indígenas e tradicionais, forçando o deslocamento compulsório, criando novos migrantes forçados. Sem falar nos migrantes atraídos pelas promessas de desenvolvimento, que incham Porto Velho em busca de emprego e melhores condições de vida. Já há relatos de trabalho escravo nos canteiros de obras das usinas, cujos trabalhadores são submetidos a jornadas exaustivas e baixos salários, e em pouco tempo ficarão desempregados, sem muita perspectiva de futuro.
Apesar do caráter trágico da condição do migrante, ele é também portador de um novo mundo. Sua simples presença já coloca em questão o mundo que vivemos: sinaliza que há algo errado com sua sociedade de origem e também perturba a ordem da sociedade de destino, ao se inserir como elemento estranho. È portador da desobediência civil, ao transgredir fronteiras fictícias e insistir no direito de ir e vir. Esse é o sentido político da presença do migrante e de sua trajetória errante.
Em Ji-Paraná, o SPM celebra os seus 25 anos, pois nesta terra tem sua marca nas atividades do Centro de Estudos e Pastoral dos Migrantes, na Paróquia São Sebastião, e hoje prossegue seu trabalho de assistência aos migrantes, atuando nos setores de trabalhadores temporários, brasileiros no exterior e retornados e o intenso processo de urbanização que enfrentamos em nossa cidade.
Convidamos todos\as a participarem das ações da Pastoral dos Migrantes. E os interessados\as colaborem e participem do Grupo de Retornados e de Familiares de Brasileiros no Exterior, um espaço de troca sobre as experiências migratórias.
A todos\as desejamos boa Semana do Migrante.

Ir.Ana Paula Rocha-mscs
Coordenadora Regional do SPM

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