quinta-feira, 14 de abril de 2011

Coletivo de Formação em Ji-Paraná

Neste domingo dia 10 de abril, aconteceu na Paróquia São Sebastião o Coletivo de formação da Pastoral dos Migrantes da diocese de Ji-paraná, cujo tema tratado foi, “Nós e o planeta...Uma história”, na ótica das migrações e meio ambiente, conforme nos propõe a campanha da fraternidade de 2011, Fraternidade e vida no planeta e cujo tema da semana do migrante de 2011 será, Migrações e mudanças climáticas, o que temos a ver com isso?
O coletivo de formação foi assessorado pela professora Lediane Fani Felzke do Instituto Federal de Rondônia, apontando-nos nesse estudo, as primeiras idéias de preservação e a relação do homem com o meio, até chegar aos povos tradicionais, pois homem e natureza não são coisas separadas, é parte da mesma essência.
Na década de 80 com a Comissão das Nações Unidas para o desenvolvimento e Meio Ambiente, através do tripé: social, econômico e ecológico surge o conceito de desenvolvimento sustentável enquanto capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.
Em Rondônia, vários elementos marcaram os focos migratórios: Os dois grandes ciclos da borracha no final do séc. XIX e início do séc. XX; a linha telegráfica Rondon; a estrada de ferro Madeira Mamoré; a construção da BR 364, acelerou a migração para a região Norte, comentou Ir. Carolina de França, coordenadora da Pastoral dos migrantes.
A história desta diocese se confunde com a própria história da cidade de Ji-Paraná marcada pela migração desde os nordestinos, expulsos pela seca, o grande fluxo migratório dos anos 1980/1990, o êxodo rural instalado nos últimos anos e a saída de nosso povo para outros países, sempre buscando sonhos, procurando “melhoria de vida”. Uns se vão, outros já retornam. Nesse vai e vem, defendemos sempre a vida, pois ela deve prevalecer sempre.
A coordenadora da Pastoral, Ir. Carolina de França destacou que no Coletivo de formação também foi constatado o aumento da população em todo perímetro da diocese e no estado de Rondônia, o crescimento da violência, dos acidentes de trânsitos, do desemprego, do desrespeito aos valores humanos, das novas configurações de famílias e do êxodo da juventude do campo para a cidade.
Atualmente vive-se uma nova fase migratória no Estado provocado pela construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, bem como das usinas da Cana e álcool existentes na região de Rolim de Moura, São Felipe e Santa Luzia.
Processo esse das hidrelétricas, danosas para comunidades sem território reconhecido e regularizado, como é o caso dos ribeirinhos do rio Madeira, os indígenas, quilombolas, reservas extrativistas e áreas de conservação ambiental, todos estão sendo afetadas pela consolidação de um modelo econômico voltado para exportação e agronegócio. Diante desse quadro o deslocamento compulsório dessas populações é inevitável, provocando ruptura dos laços sociais, culturais e religiosos que vinculam essas comunidades aos seus territórios, em vista de uma modernização que não respeita a vida e degrada o meio ambiente.
Pela equipe,
Ir. Carolina de França/ SPM Ji-paraná

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